Quinta-feira, 19 de Julho de 2012
É com espanto que tenho lido muitas crónicas a desvalorizar o facto do senhor professor, doutor, engenheiro e ministro - pois ele para além de todos aqueles títulos, merecidíssimos, aliás, não tivesse frequentado quatro, repito quatro universidades, também é ministro - ter obtido o diploma de ciência política, com base na invocação, aliás verdadeira, de que o facto de ter ou não o diploma não faz dele melhor ou pior ministro.
Assim é realmente. Com o curso ou sem o curso, seria sempre a peste que todos bem conhecemos.
De resto, bastará recordar o ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, se tal fosse necessário, para tirar-mos essa conclusão. Não obstante se tratar de um simples operário metalúrgico, foi em grande presidente. E não precisou de curso superior para o ser.
Todavia, a questão aqui é outra. Mais vasta e mais funda. O que aqui está em causa é a honorabilidade e a honestidade de tão sinistra figura, que óbviamente já deve ter ouvido falar destes valores, mas não sabe verdadeiramente o que significam.
De facto, alguém que é candidato a deputado e que no boletim de candidatura indica que é estudante do 2º ano de direito, quando apenas havia feito uma cadeira do primeiro - direito constitucional- com dez valores, só pode ser um trapaceiro e um aldrabão, tanto mais que persistiu na manutenção dessa informação. Vir agora dizer que se enganou e já corrigiu, não convence o mais ingénuo. Será que haverá alguma alma santa que acredite no argumento? Será que alguém se pode enganar assim?
Depois, Relvas andou a pastar por 4 universidades, até conseguir o almejado canudito, com equivalências a 32 cadeiras, sem qualquer fundamentação dos saberes ou experiência adquirida que, em cada caso, justificasse tal equivalência, para além dos exames às famosas 4 cadeiras, cujos professores titulares das mesmas não foram chamados a efectuar, sendo que ninguém o conheceu como aluno, nunca foi visto na universidade, tudo levando a crer que mesmo esses exames foram efectuados por extra-terrestres noutra galáxia.
Ora acham que um tal personagem é digno de fazer parte do Governo de Portugal, independentemente da qualidade do seu desempenho,aliás péssimo. Por mim, rotundamente não!
É um acto de dignidade correr com ele a todo o vapor. É um acto civico elementar, mas importante, manifestar-lhe a mais elevada repulsa em todos os actos públicos em que o dito cujo tome parte.
Vamos a isso!