Não eram para mim desconhecidas as tropelias de Cavaco, no referente à compra e venda de acções da SLN, tal como não desconhecia as cumplicidades e as relações promíscuas (e frutíferas) mantidas com o grupo de mal-feitores que fundou e geriu o BPN - mas também o BPP, nomeadamente o Rendeiro. Mesmo assim, porque não gostei do processo de candidatura de Manuel Alegre, mas também porque preferia outro candidato que agrupasse as gentes de esquerda, estava disposto a conceder-lhe o benefício da dúvida e a nele votar.
Agora não. Depois de directamente interpelado a esclarecer os contornos do negócio, negando-se a fazê-lo, não pode, de modo algum, contar com o meu voto. Um Presidente da República, candidato à reeleição, não pode tentar atirar com areia para os olhos dos eleitores. Ademais, quando esse candidato, que foi ministro das finanças, primeiro -ministro e presidente da república em exercício, tanto gosta de publicitar a sua competência como professor de economia e finanças, apresentando-se como o mais sábio, o mais atento, o mais honesto, o mais prudente e quando ele próprio advertiu os portuguese de que o valor das empresas não pode chegar ao céu, não se concebe que o mesmo, em dois anos - ele e a filha - comprem e vendam acções da SLN com um lucro de 140% (é obra!) e ao ser questionado sobre os contornos do negócio, em vez de o explicar, como lhe competia e compete, reaja como virgem ofendida.
Ora, sabe-se hoje, que não houve contrato de compra e venda, mas sim um despacho de Oliveira e Costa, a determinar o pagamento daquele valor. Percebe-se melhor, agora, o buraco (a cratera) do BPN. Os gestores e accionistas da SLN sacavam do BPN para depois distribuirem directamente entre si ou pelas empresas de que eram sócios.
Foi sempre a sacar. Primeiro, ao que consta e não tem sido desmentido, a própria constituição do BPN agregou um conjunto de accionistas da zona de Aveiro, que tinham sido objecto de perdões fiscais por parte do famigerado Oliveira e Costa, então Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (homem da inteira confiança de Cavaco e cujos cargos desempenhados foram sempre pela mão daquele); depois, toda a história que se sabe - rica em patifarias e malabarismos financeiros -, mais a que se não sabe e parte da qual duvido que algum dia se venha a saber.
Mas há duas coisas que já se sabem:
a).- a primeira é que todas essas tropelias, trapalhices e trapacisses, vão ser pagas, com língua de palmo, pelos contribuintes portugueses;
b).-a segunda, é que um candidato deste jaez, não serve, não pode servir para Presidente da República.
Se tal candidato for eleito, só uma conclusão se pode tirar. O País não está doente. O País está em estado comatoso.
Com ou sem derrota de Cavaco, Bom Ano para todos.
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